Michel Laub

Mês: agosto, 2014

Editorial

A Folha andou publicando anúncios (http://goo.gl/eCKv1F) com resumos de suas posições sobre temas controversos do momento. A ideia é boa porque, diante da profusão de notícias, artigos de espectros variados e até editoriais que passam despercebidos no dia-a-dia, é comum achar que um veículo é mais “conservador” ou “progressista” – aspas nestes termos, sempre – que de fato é.

Com os colunistas, imagino que aconteça o mesmo. Ao menos com os que (eu) não costumam falar dos assuntos quentes da semana. Ou têm gosto por frases longas e cheias de penduricalhos argumentativos (eu de novo), que podem soar de muitas formas – nenhuma delas muito decidida. Fica minha contribuição à transparência, portanto, em meio a mais um tolerante período eleitoral.

Publicado na Folha de S.Paulo, 29/8/2014. Íntegra aqui.

Fim de semana

Uma exposição em Londres – Gilbert & George (White Cube).

Outra – Peter Hujar (Maureen Paley).

Mais três – Joseph Beuys, Henry Wessel, cartazes russos (Tate Modern).

Um livro – O que amar quer dizer, Matheu Lindon (Cosac Naify, 298 págs.).

Um filme okzinho – Magia ao luar, Woody Allen.

Egopress

1) A maçã envenenada está entre os finalistas do Prêmio São Paulo. Livros que também concorrem + categorias: http://goo.gl/kVAXjS

2) Áudio do meu debate com Javier Cercas no Festival de Edimburgo: http://www.bbc.co.uk/programmes/p02525r9

Autoficção e mamadeira

Muito se fala da chamada autoficção, ou da tendência de escritores contemporâneos a usar elementos de aparência autobiográfica em suas obras. A Cosac Naify lançou há pouco dois possíveis e ótimos exemplares da vertente: “Formas de voltar para casa”, de Alejandro Zambra, romance que se lê como memória, e “O que amar quer dizer”, de Mathieu Lindon, memória que se lê como romance.

Texto publicado na Folha de S.Paulo, 15/8. Íntegra aqui.

Egopress

– Nesta segunda estarei na Penitenciária Feminina de Sant’Ana conversando sobre A maçã envenenada, que foi lido no clube de leitura da instituição.

– No próximo domingo, às 18h45, participo de uma mesa no Festival de Edimburgo, Escócia, ao lado de Javier Cercas (http://goo.gl/0p49dk).

– Um conto meu saiu na edição sueca da Granta (http://goo.gl/8oJwtq).

– Até o fim de agosto, Diário da queda termina de ser publicado em todos os países para onde foi vendido. As últimas edições saem na Suécia (Albert Bonniers), França (Buchet Chastel) e Estados Unidos (Other Press).

Fim de semana

Um texto – Gustavo Ioschpe sobre Israel (http://goo.gl/CS1NAl).

Um making of – Carlito’s way (http://goo.gl/LtWBHb).

Um livro de Javier Cercas – As leis da fronteira (Biblioteca Azul, 429 págs.).

Outro –Soldados de Salamina (Francis, 241 págs.).

Uma caixa de CDs – Mutantes.

Poesia e dicionários

Num ensaio sobre o “Grande Diccionario Portuguez”, publicado em 1874 por Frei Domingos Vieira, o também grande Sérgio Augusto de Andrade afirma: “Em nenhum momento [o autor] simula indiferença diante da língua (…). Cada palavra representa um desafio, um compromisso, uma questão de honra, uma sinfonia e o projeto de uma estética.”

Algo parecido dá para dizer do “Partido das coisas”, de Francis Ponge, escrito em 1942 e editado no Brasil pela Iluminuras. Em forma de verbetes, ou mini-ensaios que evocam as características de objetos, pessoas, animais, plantas, lugares e elementos da natureza, o autor francês mistura o que daria para chamar de rigor léxico com a exuberância de sua sensibilidade.

Texto publicado na Folha de S.Paulo, 1/8/2014. Íntegra aqui.

Fim de semana

Uma publicação antiga – Grande diccionario portuguez, Frei Domingos Vieira.

Uma entrevista antiga – João Ubaldo no Roda Viva (http://goo.gl/cxGu9d).

Uma lista – Javier Marías e razões para escrever/não escrever romances (http://goo.gl/4FAO4f).

Um izakaya ok – Minato.

Uma série – Angels in america.