Michel Laub

Mês: julho, 2021

Fim de semana

Um texto – Bolsonaro e os judeus, por Fábio Zuker e Pedro Beresin (aqui).

Uma entrevista – Rosa Freire Aguiar sobre Celso Furtado (aqui).

Uma conversa – Luís Augusto Fischer e Nelson Coelho de Castro (aqui).

Um disco lançado agora – Umbigos Modernos (1988), Nelson Coelho de Castro.

Um romance – O Riso dos Ratos, Joca Reiners Terron (Todavia, 208 págs.).

Fim de semana

Um disco – Convocations, Sufjan Stevens.

Um museu em Berlim – Humboldt Forum.

Um livro – A Vida dos Outros e a Minha, Claudia Cavalcanti (Cultura e Barbárie, 112 págs.).

Um texto – Leonardo Padura sobre Cuba (aqui)

Uma entrevista – Ana Penido e Suzeley Kalil sobre o Partido Militar (aqui).

Uma ofensa à morte

“Não faças poesia com o corpo”, escreve Carlos Drummond de Andrade num poema célebre de A Rosa do Povo (1945). “O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia”; “Não cantes tua cidade, deixa-a em paz”; “Não recomponhas/ tua sepultada e merencória infância”; “vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família/ desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.”

Os versos soam como um chega para lá em certa lírica derramada, uma defesa do rigor da forma contra o sentimentalismo flácido: “Penetra surdamente no reino das palavras/ Lá estão os poemas que esperam ser escritos./ Estão paralisados, mas não há desespero,/ há calma e frescura na superfície intacta./ Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.”

Penso em Drummond ao abrir o mais recente livro de Ana Martins Marques, sua conterrânea mineira e um dos nomes centrais da nova poesia no país. Em Risque esta palavra (Companhia das Letras, 120 págs.), há um pouco dessa ideia de que tudo começa e termina na linguagem. Num nível superficial de entendimento, claro, trata-se de uma obviedade. Mas na compreensão do que faz a raridade de um bom poema, aqui está a chave mestra: se a busca da palavra exata não é condição suficiente no processo, é o mais necessário dos passos. Identificar essa palavra, o lugar intransferível dela dentro de uma sintaxe igualmente intransferível, é obrigar o estado de dicionário a abrir suas “mil faces secretas sob a face neutra”.

Trecho inicial de texto publicado no Valor Econômico, 16-7-2021. Íntegra aqui.

Fim de semana

Uma distopia – O Último Gozo do Mundo, Bernardo Carvalho (Companhia das Letras, 144 págs.).

Um museu em Dresden – Albertinum.

Outro – Residenzschloss.

Um terceiro – Japanisches Palais.

Um filme – Shiva Baby, Emma Seligman.

Fim de semana

Um perfil – Júlio Lancellotti por Angélica Santa Cruz (aqui).

Um romance – O Deus das Avencas, Daniel Galera (Companhia das Letras, 177 págs.).

Uma exposição em Berlim – Loie Hollowell, König Galerie.

Outra – Marc Bauer, Berlinische Galerie.

Uma série média – Morte em Vermelho.