Michel Laub

Mês: abril, 2022

Egopress

– Nesta semana participo do Navegar é Preciso, cruzeiro da Livraria da Vila com escritores/as pelo Rio Negro, na Amazônia. Mais informações: https://www.navegarepreciso.org/

– Participação minha no lançamento de Diário da Queda na Polônia (Editora Pauza), no fim de 2021: https://cutt.ly/DGIM6xs

– Entrevistas mais ou menos recentes: para Natália Lopez Rico (Universidade del Chile), Joanna Moszczynska (Universität Regensurg) e Horst Nitschack (Universidad de Chile) na Revista de Humanidades: https://cutt.ly/rGI16t1; para Sergius Gonzaga no Livros de Nossa Vida, da Biblioteca Josué Guimarães/RS: https://cutt.ly/6GI1QPK; para Táki Cordás (Departamento de Psiquiatria/USP), Discutir Literatura: Para quê?: https://cutt.ly/bGI0ooH

– A partir do fim de maio, volto a fazer leituras de originais de ficção por encomenda. Mais informações pelo laub.michel@gmail.com

Fim de semana

Uma exposição no Masp – Luiz Zerbini.

Outra – Volpi.

Uma conversa – Mano Brown e Sidarta Ribeiro (Spotify).

Uma entrevista – Harvey Pekar e Joyce Brabner (aqui).

Uma memória – Roberto Muggiati sobre a revista Manchete (aqui).

Fim de semana

Um livro – Quando deixamos de entender o mundo, Benjamin Labatut (Todavia, 176 págs.).

Um doc/show – Shut Up and Play the Hits, Will Lovelace e Dylan Southern.

Um doc médio – Reading Susan Sontag, Nancy Kates.

Uma conversa – Susan Sontag e John Berger sobre ficção (aqui).

Uma entrevista – Robert Karo sobre biografias (aqui).

Fim de semana

Uma palestra – Lourenço Mutarelli sobre desenho e narrativa (aqui).

Um disco – Avenida Angélica, Vitor Ramil.

Um filme convencional – King Richard, Reinaldo Marcus Green.

Um filme de 1985 – Debaixo do Vulcão, John Huston.

Um livrinho – How to Start Writing (and When to Stop), Wislawa Szymborska (New Directions, 96 págs.).

Eu e o outro eu

A data da primeira entrada dos Diários de Andy Warhol é 27 de novembro de 1976, uma quarta-feira. A da última é 17 de fevereiro de 1987, uma terça, cinco dias antes da morte do artista americano. Em pouco mais de dez anos, o que iniciou como mera anotação de encontros e eventos, com a listagem dos respectivos gastos para controle de Imposto de Renda, virou um documento sui generis sobre a cultura do último meio século (L&PM, 851 págs, organização/seleção de Pat Hackett e tradução de Celso Loureiro Chaves).

Para chegar a essa conclusão, é preciso atravessar uma certa aridez do livro. À primeira vista, nele há apenas um registro em tom menor, composto de impressões ligeiras e adjetivadas. A agudez possível emerge de uma frase lapidar aqui, uma expressão venenosa ali, em meio a muitos momentos repetitivos, irrelevantes à sombra do tempo: “dedos muito delicados (…), do mesmo tamanho que os meus e metade da largura” (sobre Miles Davis); “calças hindus de pele de leopardo (…), parecia um domador de circo” (sobre Rainer W. Fassbinder); “é chato, um horror (…), mas aí vi o pessoal da imprensa se aproximando (…) e disse que tinha gostado demais” (sobre o filme “O Fundo do Coração”, de Francis F. Coppola).

É comum ver Warhol como figura visionária, que fundiu influências – de Marcel Duchamp a Marshall McLuhan – na construção de uma obra que, desde os anos 1960, por sua força e abrangência no retrato irônico/fascinado da fama e do consumo, antecipou a dinâmica do atual sistema de redes sociais e celebridades. Mas a motivação que gerou tal legado, presente em pinturas, fotografias, nos filmes produzidos no estúdio The Factory, na edição da revista Interview, segue motivo de disputa cultural. Se os Diários podiam soar frívolos em 1989, ano em que foram publicados, em 2022 servem para iluminar um debate mais amplo sobre identidade.

Trecho de texto publicado no Valor Econômico, 2/4/2022. Íntegra aqui.

Fim de semana

Uma exposição – Adriana Varejão, Pinacoteca.

Outra – Beth Slamek, Galeria Pilar.

Um filme curioso – Andarilho, Cao Guimarães.

Uma reportagem – Clarissa Levy sobre o Ifood (aqui).

Uma entrevista em duas partes – Carlos Eduardo Miranda por Thunderbird (aqui e aqui).