Michel Laub

Categoria: Música

Fim de semana

Uma exposição em SP – África, Museu da Imigração.

Outra – Hélio Oiticica, Casa SP-Arte.

Uma terceira – Evandro Teixeira, IMS.

Um documentário – Straight to You, Nanni Jacobson (aqui).

Um texto – Rebecca Fishbein sobre psicanálise, linguagem e egoísmo (aqui).  

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Poesia em pó

Uma língua varia muito de país para país onde é falada. A região x de uma cidade não usa as gírias da região y. Taxistas não se expressam como advogados, adultos não entendem coisas que adolescentes dizem. No limite, lembra o escritor, tradutor e professor curitibano Caetano Galindo, referindo-se ao que a linguística chama de idioleto, “cada pessoa fala uma versão singular do idioma.”

A frase faz parte de Latim em Pó, ótimo livro de divulgação que resume a longa história do português que usamos no dia-a-dia (Companhia das Letas, 228 págs.). Galindo passa por Europa, África e Américas, dando conta das influências, adaptações e controvérsias em torno do idioma que nasceu do galego, que veio do latim da região do Lácio, que herdou resquícios do protoindo-europeu (origem também do grego e do sânscrito).

Há muitas passagens curiosas no texto. Por exemplo, sobre a trajetória cultural/política de certas palavras e marcos de prosódia. “Esquerdo”, que parece o basco “ezker”, surge de uma substituição que é comum em termos contaminados pelo tabu, desviando o caminho que entre nós daria no latino “sinistro”. Já o “rótico retroflexo”, ou erre caipira, é fruto da urbanização brasileira e seus intercâmbios com a cultura rural de migrantes, ou da força econômica de fenômenos recentes como o agro – uma expressão que dominou outras normas regionais até chegar à fala de rappers e filhos da classe média nas cidades.

É a ideia do idioleto, contudo, que pego emprestada nesta coluna cujo objeto é literário. Um dos paradoxos da língua, com todas as voltas milagrosas que nos faz vivermos mediados por ela em sociedade, é que num nível muito essencial a comunicação entre emissor e receptor nunca será completa. Algo ainda mais visível em gêneros onde o detalhe é decisivo, como a poesia: aqui tudo é submetido ao que Tom Zé chama de “unimultiplicidade”, condição em que “cada homem é sozinho/ a casa da humanidade”.

Trecho de texto publicado no Valor Econômico, 25-2-23, sobre Caetano Galindo e o novo romance de JM Coetzee, O Polaco. Íntegra aqui.

Fim de semana

Uma exposição – Marc Chagall, CCBB.

Um disco – This is Why, Paramore.

Um filme ruim – A Baleia, Darren Aronofsky.

Um artigo – O NYT, a aids e a transfobia (aqui).

Um livro – Poder Camuflado, Fabio Victor (Companhia das Letras, 446 págs.).

Fim de semana

Um livro – Latim em Pó, Caetano Galindo (Companhia das Letras, 232 págs.).

Um disco – Língua Brasileira, Tom Zé.

Uma entrevista meio velha-guarda – Salman Rushdie na NY Radio Hour.

Uma série meio histérica – The Bear.

Um filme – A Ilha de Bergman, Mia Hansen-Løve

Fim de semana

Um livro – O Peso e a Graça, Simone Weil (Chão de Feira, 224 págs.).

Outro – El Polaco, J.M. Coetzee (El Hilo de Ariadna, 144 págs.).

Um texto – Ricardo Balthazar sobre Janio de Freitas na Piauí.

Um filme – Tár, Todd Field.

Um depoimento – João Barone para Bruna Paulin no História do Disco.

Fim de semana

Um catálogo – To Look Without Fear, Wolfgang Tillmans (Moma, 320 págs.).

Uma série – The Defiant Ones.

Um filme com momentos –Triângulo da Tristeza, Ruben Östlund.

Outro – Titane, Julia Ducournau.

Outro – The Fabelmans, Steven Spielberg.

Fim de semana

Um filme – Racionais, Juliana Vicente.

Um podcast – Mano Brown + Júlio Lancellotti.

Outro – Carlos, Erasmo no Discoteca Básica.

Uma edição – Pai Contra Mãe, Machado de Assis (Cobogó, 150 págs.).

Um texto – Juliana Albuquerque sobre Michel Gherman (aqui).

Fim de semana

Uma reportagem – Elon Musk e o caos (aqui).

Uma entrevista de 1995 – Gal Costa (aqui).

Um ensaio – Um Estranho no Vilarejo, James Baldwin (Serrote #26).

Um posfácio – Nuno Ramos sobre Beckett em Murphy (Companhia das Letras, 272 págs.).

Um filme – Armageddon Time, James Gray.

Fim de semana

Um livro – PT, uma História, Celso Rocha de Barros (Companhia das Letras, 488 págs.).

Uma exposição – Cidades no IMS.

Uma reprise – Adeus à Linguagem, Jean-Luc Godard.

Um documentário ok – Basquiat: The Radiant Child, Tamra Davis.

Um single – Canção de Cansaço, Bruna Alimonda.

Fim de semana

Um show – Milton Nascimento, 80.

Uma série – Som na Faixa.

Um filme catártico – Argentina, 1985, Santiago Mitre.

Uma exposição – Mauro Restiffe e Juan Araujo, Luisa Strina.

Um livro – Quando as Espécies se Encontram, Donna Haraway (Ubu, 416 págs.).

Fim de semana

Um livro – O Não Judeu Judeu, Michel Gherman (Fósforo, 192 págs.).

Uma conversa – J. Hoberman, Claire Denis e Adam Shatz sobre Godard (aqui).

Um depoimento – Nei Lisboa sobre a carreira (aqui).

Outro – Daniel Pellizzari sobre o Século IV (aqui).

Um filme ocidental – Anna Karenina, Joe Wright.

Fim de semana

Um romance – Debaixo do Vulcão, Malcolm Lowry (Alfaguara, 388 págs.).

Um disco de 2017 – Soft Sounds from Another Planet, Japanese Breakfast.

Uma conversa de 1983 – Jorge O Mourão, Nelson Motta e Scarlet Moon (aqui).

Um perfil – Jorge O Mourão por Claudio Leal (aqui).

Uma reportagem – A extrema direita e o PDT, por Marie Declercq (aqui).

Coisas que não deveriam acontecer

Um dos quatro filhos de Nick Cave morreu em maio último, aos 31 anos. Outro havia morrido em 2015, aos 15. É indevido especular sobre o reflexo dessas perdas nas letras do compositor e cantor australiano? No álbum Seven psalms, lançado no fim de junho, uma das faixas se chama Such things should never happen. Entre as coisas que não deveriam jamais acontecer, os versos falam de filhotes de andorinha indefesos, da mãe que chora ao lado de um pequeno caixão.

Texto publicado no Valor Econômico, 23-7-22, sobre Nick Cave e o romance Não Fossem as Sílabas do Sábado, de Mariana Salomão Carrara. Íntegra aqui.

Fim de semana

Um depoimento – Heloisa Jahn (aqui).

Uma conversa – Mano Brown e Zeca Pagodinho (Spotify).

Uma exposição no Tomie Ohtake – Anna Maria Maiolino.

Outra – Tomie Ohtake.

Uma graphic novel – Flying Couch, Amy Kurzweil (Catapult, 224 págs.).

Fim de semana

Um disco – Seven Psalms, Nick Cave.

Um filme – Crimes of the Future, David Cronenberg.

Uma série ok – Modern Love.

Uma entrevista – Leão Serva sobre guerra e imagens (aqui).

Um romance – Não Fossem as Sílabas do Sábado, Mariana Salomão Carrara (Todavia, 168 págs.).

Fim de semana

Um filme – Ilusões Perdidas, Xavier Giannoli.

Um podcast – Discoteca Básica.

Um texto – Juliana Cunha sobre Paul Simon (aqui).

Outro – Thomas Meaney sobre Lea Ypi e a Albânia (aqui).

Um livro de 2007 – 20 Poemas para o seu Walkman, Marília Garcia (Sete Letras. 90 págs.)

Fim de semana

Um livro – Morte e Vida de Grandes Cidades, Jane Jacobs (Martins Fontes, 508 págs.).

Um disco – Motomami, Rosalia.

Uma entrevista – Gilberto Gil, 80 (aqui).

Uma exposição no IMS/SP – Daido Moriyana.

Outra – Walter Firmo.

Fim de semana

Um livro – Quando deixamos de entender o mundo, Benjamin Labatut (Todavia, 176 págs.).

Um doc/show – Shut Up and Play the Hits, Will Lovelace e Dylan Southern.

Um doc médio – Reading Susan Sontag, Nancy Kates.

Uma conversa – Susan Sontag e John Berger sobre ficção (aqui).

Uma entrevista – Robert Karo sobre biografias (aqui).

Fim de semana

Uma palestra – Lourenço Mutarelli sobre desenho e narrativa (aqui).

Um disco – Avenida Angélica, Vitor Ramil.

Um filme convencional – King Richard, Reinaldo Marcus Green.

Um filme de 1985 – Debaixo do Vulcão, John Huston.

Um livrinho – How to Start Writing (and When to Stop), Wislawa Szymborska (New Directions, 96 págs.).

Fim de semana

Uma exposição – Adriana Varejão, Pinacoteca.

Outra – Beth Slamek, Galeria Pilar.

Um filme curioso – Andarilho, Cao Guimarães.

Uma reportagem – Clarissa Levy sobre o Ifood (aqui).

Uma entrevista em duas partes – Carlos Eduardo Miranda por Thunderbird (aqui e aqui).

Fim de semana

Uma série no Netflix – Trilogia Kanye.

Outra – Diários de Andy Warhol.

Um livro para consultar – Diários de Andy Warhol (L&PM, 851 págs.).

Um romance – Os Coadjuvantes, Clara Drummond (Companhia das Letras, 108 págs.).

Um filme médio – Quebrando o Gelo, Peter Flinth.

Fim de semana

Uma reportagem – Sabrina Tavernise sobre os refugiados da Ucrânia (aqui).

Uma entrevista – Antonio Gelis filho sobre Putin e a Rússia (aqui).

Outra – Paulo Cesar Araújo sobre Roberto Carlos (aqui).

Um texto de 1972 – Pauline Kael sobre O Poderoso Chefão (aqui).

Uma reprise – A Professora de Piano, Michael Haneke.

Fim de semana

Um filme – Licorice Pizza, Paul Thomas Anderson.

Um livro de contos – Visão Noturna, Tobias Carvalho (Todavia, 119 págs.).

Um podcast – 50 anos do Clube da Esquina (O Assunto).

Uma entrevista – Sérgio Miceli sobre Drummond e o Modernismo (Ilustríssima Conversa).

Uma entrevista sombria – Vladimir Putin a Oliver Stone (Nocaute).

Fim de semana

Uma releitura – Confissões de uma Máscara, Yukio Mishima (Companhia das Letras, 225 págs.).

Um filme – Drive My Car, Ryusuke Hamaguchi.

Um filme ok – Spencer, Pablo Larraín.

Uma exposição em São Paulo – Tunga.

Uma entrevista – Eddie Vedder no NYT (aqui).

Fim de semana

Um livro – As Raízes do Romantismo, Isaiah Berlin (Fósforo, 256 págs.).

Uma releitura – Pela Noite, Caio Fernando Abreu.

Um filme de 1978 – Tudo Bem, Arnaldo Jabor.

Um de 2009 – Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo, Karim Ainouz e Marcelo Gomes.

Um de 2005 – The Devil and Daniel Johnston, Jeff Feuerzeig.

Fim de semana

Um lugar em São Paulo – Museu Judaico.

Um filme – The Tragedy of Macbeth, Joel Coen.

Outro – Tick, Tick… Boom, Lin-Manuel Miranda.

Uma entrevista boa a partir da metade – Guilherme Arantes no B3.

Uma releitura – Como Vencer um Debate sem precisar ter Razão, Arthur Schopenhauer (Topbooks, 258 págs.).

Fim de semana

Um documentário – Get Back, Peter Jackson.

Um filme – Ataque dos Cães, Jane Campion.

Outro – Casa Gucci, Ridley Scott.

Um texto – Max Norman sobre W.G. Sebald (aqui).

Um livro – Caro Michele, Natalia Ginzburg (Companhia das Letras, 194 págs.).

Fim de semana

Um ensaio – Survival of the Fireflies, Georges Didi-Huberman (Univocal, 112 págs.).

Um ensaio para reler – O artigo dos Vagalumes, Pier Paolo Pasolini.

Um livro de contos – Erva Brava, Paulliny Tort (Fósforo, 104 págs.).

Um podcast – Sam Anderson sobre Laurie Anderson no The Daily.

Um disco – Apocalip se, Zé Nigro.

Fim de semana

Um disco – Síntese do Lance, Jards Macalé e João Donato.

Outro – Meu Coco, Caetano Veloso.

Uma exposição em Berlim – Suely Torres, Donnerstag Gallery.

Um doc pior que o seu tema – The Most Beautiful Boy in the World, Kristina Lindström e Kristian Petri.

Um filme – Adults in the Room, Costa-Gavras.

Fim de semana

Um documentário – The Velvet Underground, Todd Haynes.

Um livro – O Conto não Existe, Sérgio Sant’Anna (Cepe, 228 págs.).

Um trecho – Diários de Patricia Highsmith (aqui).

Um podcast – Juliana de Albuquerque e Isadora Sinay sobre Philip Roth (aqui).

Uma série – Succession.

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