Michel Laub

Mês: agosto, 2013

Egopress

Datas de lançamento do meu novo livro: 26/8 em São Paulo (Livraria da Vila/Fradique Coutinho, 19h30) e 2/9 em Porto Alegre (Palavraria, 19h30). Capa + lombada + 4a capa + orelha:

A maça envenenada - frente e verso. jpg

 

 

 

 

 

 

Em 1993, o grupo norte-americano Nirvana fez uma única e célebre apresentação no estádio do Morumbi, em São Paulo. Um estudante de dezoito anos, que cumpre o serviço militar em Porto Alegre e é guitarrista de uma banda de rock, precisa decidir se foge do quartel – o que o levaria à prisão – para assistir ao show ao lado da primeira namorada.

O dilema ganha ressonâncias inesperadas à luz de fatos das décadas seguintes. Um deles é o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, que chocou o mundo em 1994. Outro é o genocídio de Ruanda, iniciado quase ao mesmo tempo e aqui visto sob o ponto de vista de uma garota, Immaculée Ilibagiza, que escapou da morte ao passar três meses escondida num banheiro com outras sete mulheres.

Focado nos anos 1990, A maçã envenenada é o segundo volume da trilogia sobre os efeitos individuais de catástrofes históricas iniciada com Diário da queda, cuja ação central se dá nos 1980. Em ambos, Michel Laub aborda o tema da sobrevivência usando os recursos da ficção, do ensaio e da narrativa memorialística, numa linguagem que alterna secura e lirismo, ironia e emoção no limite do confessional.

No delicado entrelaçamento de seus temas, que evocam as particularidades de universos tão opostos quanto o mundo da música e um quartel, este é um livro sobre paixão: por uma pessoa, por um ídolo, por uma ideia, por uma época. E também pela vida, embora esta sempre cobre um preço de quem escolhe – quando se trata de escolha – experimentá-la com intensidade. 

 

Fim de semana

Um livro – Far from the tree, Andrew Solomon (Scribner, 976 págs.).

Um documentário – Jiro, David Gelb.

Um filme – Frances Ha, Noah Bombach.

Um barbeador – Wahl.

Um chinês – Dinastia Ritz.

A verdade sobre quem gosta muito de futebol

Nick Hornby em Febre de bola (Companhia das Letras, 351 págs., tradução de Christian Schwartz):

“‘No que você está pensando?’, ela pergunta. Então eu minto. Eu não estava pensando no Martin Amis ou no Gérard Depardieu ou no Partido Trabalhista. Mas é que gente obsessiva não tem escolha; é obrigada a mentir em ocasiões como essa. Se falássemos a verdade sempre, não conseguiríamos preservar as relações com ninguém no mundo real. Acabaríamos esquecidos, sozinhos com nossos programas do Arsenal ou nossa coleção de discos de selo azul originais da Stax ou nossa criação de spaniels, e os dois minutos diários sonhando acordado se tornariam cada vez mais e mais longos, até que perdêssemos nossos empregos e parássemos de tomar banho e fazer a barba e comer, e acabássemos largados sobre nossos próprios dejetos, voltando repetidamente a fita de vídeo na tentativa de decorar cada comentário, incluindo a análise lance a lance do David Pleat, do jogo daquela noite de 26 de maio de 1989. (Acham que eu tive que consultar essa data? Rá!) A verdade é a seguinte: durante uma parte assustadoramente grande de um dia comum, sou um retardado.”

Fim de semana

Um filme – Marina Abramovic, Matthew Akers.

Outro – Amor pleno, Terrence Malick.

Um disco – Random access memories, Daft Punk.

Um show – McCoy Tyner.

Um conto – Baader-Meinhof, Don DeLillo.